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sábado, 8 de outubro de 2011

Mesmo com desoneração, tablet brasileiro a US$ 200 “é impossível”

Com incentivo tributário, ou não, é difícil imaginar que um tablet brasileiro chegue às prateleiras por menos de US$ 200. A opinião foi dada pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Cerca de três semanas depois de o Senado aprovar o Projeto de Lei de Conversão 23/11, que trata da inclusão de incentivos fiscais do Programa de Inclusão Digital (PID) à produção nacional de tablets, ainda paira a dúvida sobre o efetivo impacto da medida no preço dos produtos. Depois de a Índia lançar o dispositivo mais barato do mundo, ao custo de US$ 35, acirrou-se a questão: qual o menor valor que um produto do tipo poderia chegar no Brasil?
A matéria, que ficou conhecida como MP dos Tablets, ainda deve seguir para sanção presidencial para entrar em vigor. Não há prazo para o trâmite: contudo, como se trata de uma proposta vinda do próprio Executivo, dificilmente haverá alguma barreira em sua ativação. A proposta é baratear os dispositivos entre 30% e 36%, estimulando a indústria nacional e promovendo a inclusão digital.
De acordo com Agostini, por se tratarem de produtos ainda considerados como supérfluos, o impacto da desoneração tributária sobre o tablet ainda é difícil de prever. “Um dispositivo mais barato, que hoje custa cerca de R$ 700, pode sair por R$ 500, no caso de ser aplicado todo o desconto”, disse ao IT Web.
Agostini explica que a marca de US$ 200 seria impossível de ser transposta por um combinado de questões.

Se, de um lado, não é de todo incomum que parte dos abatimentos de tributos dados pelos governos são apropriados pelos fabricantes – o que, segundo ele, é um movimento comum no Brasil – do outro, tais dispositivos tendem a ser considerados como supérfluos frente a similares por algum tempo ainda, pelo menos pela maior parte da população. “Há um mercado muito grande para explorar em PCs e notebooks. O tablet ainda é visto como um acessório, e não como meio de trabalho, por isso sua compra tende a ocorrer por um grupo muito pequeno de pessoas”, explicou.
Aqui vale um adendo: por mais que todos que conheçamos, ou pelo menos grande parte das pessoas com as quais convivemos, queiram um tablet, isso ainda é pequeno frente ao mercado nacional, ou, conforme Agostini, frente às necessidades atuais do mercado nacional.
A Positivo Informática, por exemplo, anunciou em 20 de setembro o lançamento do tablet nacional Ypy. Ele chega ao mercado em duas versões: 7 e 10 polegadas (Ypy 7 e Ypy 10, respectivamente). Na versão menor, o equipamento pesa 420g e tem 11,8 mm de espessura. O sistema operacional desta versão é o Android 2.3.4 e possui câmera frontal, que permite videoconferência. A versão de 10 polegadas deve demorar um pouco mais para chegar ao mercado. A fabricante estima que o produto já esteja disponível no Natal.
O preço de entrada é de R$ 999 para o Ypy 7 na versão com WiFi. Os patamares de preços deveriam chegar até R$ 1,3 mil na versão de 10 polegadas com WiFi e 3G, mas a alta do dólar pode fazer a companhia rever estes preços.
O tablet indiano considerado como mais barato do mundo, o Aakash, será destinado a estudantes. Os produtos serão fabricados pela empresa britânica DataWind e o governo indiano já encomendou cem mil unidades. Ele também será vendido para o varejo por US$ 60. “Não podemos esquecer que o governo anunciou com pompa que teríamos notebook a US$ 100 há cerca de cinco anos. Isso não aconteceu e não vai acontecer tão cedo. Por isso que, apesar de ser uma boa iniciativa, estamos longe de chegar a um nível como a Índia, porque o mercado ainda é restrito”, finalizou Agostini

Fonte: ITWEB

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