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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tim Cook é incógnita para o mercado

Cook: superação pessoal e falta de carisma
São Paulo - Não foi à toa que a Apple, a empresa de tecnologia com maior valor no mercado de capitais no mundo, esperou o encerramento do pregão da Nasdaq para anunciar que Steve Jobs não será mais o CEO da companhia.
Com a saúde frágil desde 2004, quando se afastou da Apple para tratar um câncer no pâncreas, Jobs é considerado por analistas e investidores como uma figura sem substitutos no mercado.
Desde que retornou à empresa que fundou em 76, com o sócio Steve Wozniak, há 15 anos, esta é a terceira vez que o principal executivo da maçã deixa o posto de CEO. É a primeira, no entanto, que este anúncio é feito em caráter definitivo, já que nas oportunidades anteriores a companhia deixou claro que Jobs se afastaria temporariamente das funções.
Em todos estes casos, o substituto de Jobs foi Tim Cook, chefe de operações da Apple e executivo da companhia há 13 anos. Cook chegou à maçã para liderar a divisão de Macs e é considerado um especialista em vendas e varejo. Sob sua liderança, a Apple ganhou participação de mercado na venda de computadores pessoais.
Filho de um jardineiro e uma dona de casa do Alabama, Cook formou-se em engenharia pela Universidade de Auburn e cursou M.B.A na Universidade de Fuqua. Apesar do currículo irretocável e da trajetória de superação pessoal, Cook não inspira o carisma e a personalidade brilhante de seu antecessor.
Prova disso é que sempre que assumiu as funções de CEO, a reação imediata do mercado foi de baixa nas ações da Apple. Mais do que os escândalos de suicídios na fornecedora chinesa Foxconn e das derrotas nos tribunais em disputas por patentes, nada teve efeito tão devastador sobre os papéis da Apple em bolsa que os afastamentos de Jobs. Na última vez em que se afastou da companhia, em janeiro desde ano, os papéis da empresa chegaram a recuar 7% na bolsa eletrônica Nasdaq.
Nos relatórios de analistas distribuídos ao mercado, instituições como JP Morgan e Merryl Linch, alertam para a ausência na Apple de um substituto capaz de manter o ritmo de inovação da companhia, responsável principal pela elevada valorização que a empresa registra desde 2007, quando apresentou ao mercado o primeiro iPhone.
A média dos analistas atribui diretamente a Jobs inovações como a criação do iPad e coloca em xeque a capacidade da empresa em manter-se a frente dos competidores sem a visão criativa de Jobs. Oficialmente, porém, o guru da Apple, continuará a opinar sobre os rumos da empresa, a partir de seu novo cargo, chaiman do conselho de administração.

Fonte:  INFO

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